quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Vocês
A vocês: Pequena Sereia, Pocahontas, Branca de Neve, Jasmin, Bambi vos devo, agradeço tudo e tanto mais. De alma e coração com vocês, por vocês.
Zai.
Ops, perdão: Bela.
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
o dia da minha "consciencia romantica"...
"ganhaste um novo amor que é a tua consciência romântica"...
ando a tentar percebe-la... a tentar lidar e viver com ela!
ganhei uma consciência romântica numa altura em que já não há romantismo... há banalização de sentimentos, excesso de preocupações sentimentais, rotinazinhas amorosas...
e esta consciência, dá-me um vazio imenso porque procuro sem encontrar algo que não sei definir! não sei como é! nem o que é!... mas que sinto falta...
conclusão consciente, romântica ou não!: se calhar até eu já tenho sentimentos!
<...Pi...>
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
banda sonora...
"Entre a chuva dissolvente No meu caminho de casa Dou comigo na corrente Desta gente que se arrasta Metro, túnel, confusão Entre suor despertino Mergulho na solidão No dia a dia sem destino Putos que crescem sem se ver Basta pô-los em frente à televisão Hão-de um dia se esquecer Rasgar retratos largar-me a mão Hão-de um dia se esquecer Como eu quando cresci Será que ainda te lembras Do que fizeram por ti E o que foi feito de ti E o que foi feito de mim E o que foi feito de ti Já me lembrei, já me esqueci Quando te livrares do peso Desse amor que não entendes Vais sentir uma outra força Como que uma falta imensa E quando deres por ti Entre a chuva dissolvente És o pai de uma criança No seu caminho de casa E o que foi feito de ti E o que foi feito de mim E o que foi feito de ti Já me lembrei, já me lembrei Já me esqueci"
Tim [Xutos & Pontapés]
domingo, 28 de dezembro de 2008
O primeiro amor
Aqui vai:
'Nunca se percebe bem por que razão começa. Mas começa. E acaba sempre mal só porque acaba. Todos os dias parece estar mesmo a começar porque as coisas vão bem, e o coração anda alto. E todos os dias parece que vai acabar porque as coisas vão mal e o coração anda em baixo.
O primeiro amor dá demasiadas alegrias, mais do que a alma foi concebida para suportar. É por isso que a alegria dói - porque parece que vai acabar de repente. E o primeiro amor dói sempre demais, sempre muito mais do que aguenta e encaixa o peito humano, porque a todo o momento se sente que acabou de acabar de repente. O primeiro amor não deixa de parte um único bocadinho de nós. Nenhuma inteligência ou atenção se consegue guardar para observá-lo. Fica tudo ocupado. O primeiro amor ocupa tudo. É inobservável. É difícil sequer reflectir sobre ele. O primeiro amor leva tudo e não deixa nada.
Diz-se que não há amor como o primeiro e é verdade. Há amores maiores, amores melhores, amores mais bem pensados e apaixonadamente vividos. Há amores mais duradouros. Quase todos. Mas não há amor como o primeiro. É o único que estraga o coração e que o deixa estragado.
É como uma criança que põe os dedos dentro de uma tomada eléctrica. É esse o choque, a surpresa «Meu Deus! Como pode ser!» do primeiro amor. Os outros amores poderão ser mais úteis, até mais bonitos, mas são como ligar electrodomésticos à corrente. Este amor mói-nos o juízo como a Moulinex mói café. Aquele amor deixa-nos cozidos por dentro e com suores frios por fora, tal e qual num micro-ondas. Mas o «Zing!» inicial, o tremor perigoso que se nos enfia por baixo das unhas e dá quatro mil voltas ao corpo, naquele micro-segundo de electricidade que nos calhou, só acontece no primeiro amor.
O primeiro beijo é sempre uma confusão. Está tudo a andar à volta e não se consegue parar. A outra pessoa assalta-nos e deixa-nos tontos, isto apesar de ser tão tímida e inepta como nós. E os nomes dos nossos primeiros amores? Os nomes doem. Parecem minúsculos milagres. Cada vez que se pronunciam, rebenta um pequeno terramoto no equador. E as mãos? Quando a mão entra na mão de quem se ama e se sente aquele exagero de volts e de pele, a única resposta sensata é o assassínio, o exílio, o suicídio. Nada fica de fora. O mundo é uma conspiração cinzenta de amores em segunda mão. Nada é puro fora daquelas mãos. O tesouro está a arder, as pessoas estão a morrer, os olhos cheios de luz estão a cegar, mas o primeiro amor é também, e sem dúvida, o primeiro amor do mundo.
O primeiro amor é aquele que não se limita a esgotar a disposição sentimental para os amores seguintes: quer esgotá-la. Depois dele, ou depois dela, os olhos e os braços e os lábios deixam de ter qualquer utilidade ou interesse. As outras pessoas - por muito bonitas e fascinantes que sejam - metem-nos nojo. Só no primeiro amor.
Não há amor como o primeiro. Mais tarde, quando se deixa de crescer, há o equivalente adulto ao primeiro amor - é o primeiro casamento; mas não é igual. O primeiro amor é uma chapada, um sacudir das raízes adormecidas dos cabelos, uma voragem que nos come as entranhas e não nos explica. Electrifica-nos a capacidade de poder amar. Ardem-nos as órbitas dos olhos, do impensável calor de podermos ser amados. Atiramo-nos ao nosso primeiro amor sem pensar onde vamos cair ou de onde saltamos. Saltamos e caímos. Enchemos o peito de ar, seguramos as narinas com os dedos a fazer de mola de roupa, juramos fazer três ou quatro mortais de costas, e estatelamo-nos na água ou no chão, como patos disparados de um obus, com penas a esvoaçar por toda a parte.
Há amores melhores, mas são amores cansados, amores que já levaram na cabeça, amores que sabem dizer «Alto-e-pára-o-baile», amores que já dão o desconto, amores que já têm medo de se magoarem, amores democráticos, que se discutem e debatem. E todos os amores dão maior prazer que o primeiro. O primeiro amor está para além das categorias normais da dor e do prazer. Não faz sentido sequer. Não tem nada a ver com a vida. Pertence a um mundo que só tem duas cores - o preto-preto feito de todos os tons pretos do planeta e o branco-branco feito de todas as cores do arco-íris, todas a correr umas para as outras.
Podem ficar com a ternura dos 40 e com a loucura dos 30 e com a frescura dos 20 - não outro amor como o doentio, fechado-no-quarto, o amor do armário, com uma nesga de porta que dá para o Paraíso, o amor delirante de ter sempre a boca cheia de coração e não conseguir dizer outra coisa com coisa, nem falar, nem pedir para sair, nem sequer confessar: «Adeus Mariana - desta vez é que me vou mesmo suicidar.» Podem ficar (e que remédio têm) com o savoir-faire e os fait-divers e o «quero com vista pró mar se ainda houver». Não há paz de alma, nem soalheira pachorra de cafunés com champagne, que valha a guerra do primeiro amor, a única em que toda a gente morre e ninguém fica para contar como foi.
Não há regras para gerir o primeiro amor. Se fosse possível ser gerido, ser previsto, ser agendado, ser cuidado, não seria primeiro. A única regra é: Não pensar, não resistir, não duvidar. Como acontece em todas as tragédias, o primeiro amor sofre-se principalmente por não continuar. Anos mais tarde, ainda se sonha retomá-lo, reconquistá-lo, acrescentar um último capítulo mais feliz ou mais arrumado. Mas não pode ser. O primeiro amor é o único milagre da nossa vida - e não há milagres em segunda mão. É tão separado do resto como se fosse uma primeira vida. Depois do primeiro amor, morre-se. Quando se renasce há uma ressaca. É um misto de «Livra! Ainda bem que já acabou!» e de «Mas o que é isto? Para onde é que foi?».
Os outros amores são maiores, são mais verdadeiros, respeitam mais as personalidades, são mais construtivos - são tudo aquilo que se quiser. Mas formam um conjunto entre eles. O segundo e o terceiro e o quarto, por muito diferentes, são mais parecidos. São amores que se conhecem uns aos outros, bebem copos juntos, telefonam-se, combinam ir à Baixa comprar cortinados. O primeiro amor não forma conjunto nenhum. Nem sequer entre os dois amantes - os primeiros, primeiríssimos amantes. Acabam tão separados os dois como o primeiro amor acaba separado dos demais. O amor foi a única coisa que os prendeu e o amor, como toda a gente sabe, não chega para quase nada. É preciso respeito e bláblá, compreensão mútua e muito bláblá, e até uma certa amizade bláblá. Para se fazer uma vida a dois que seja recompensadora e sobretudo bláblá, o amor não chega. Não se vive só dele. Não se come. Não se deixa mobilar. Bláblá e enfim.
Mas é por ser insustentável e irrepetível que o primeiro amor não se esquece. Parece impossível porque foi. Não deu nada do que se quis. Não levou a parte nenhuma. O primeiro amor deveria ser o primeiro e esquecer-se, mas toda a gente sabe, durante o primeiro amor ou depois, que é sempre o último.
Afinal nem é por ser primeiro, nem é por ser amor. A força do primeiro amor vem de queimar - do incêndio incontrolável - todas aquelas ilusões e esperanças, saudades pequenas e sentimentos, que nascem em nós com uma força exagerada e excessiva. Como se queima um campo para crescer plantas nele. Se fôssemos para todos os outros amores com o coração semelhantemente alucinado e confuso, nunca mais seríamos felizes. É essa a tristeza do primeiro amor. Prepara-nos para sermos felizes, limando arestas, queimando energias, esgotando inusitadas pulsões, tornando-nos mais «inteligentes».
É por isso que o primeiro amor fica com a metade mais selvagem e inocente de nós. Seguimos caminho, para outros amores, mais suaves e civilizados, menos exigentes e mais compreensivos. Será por isso que o primeiro amor nunca é o único? Que lindo seria se fosse mesmo. Só para que não houvesse outro.'
Miguel Esteves Cardoso - Os Meus Problemas (1988)
Zai.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
revisão de literatura...
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
'é um amar doce'
Até Breve
Zai, a vossa.
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
coisas... elogio ao amor III
daquelas sem sentido... que só alguéns na minha vida percebem...
desculpem-me o egoísmo mas, deve ser porque é Natal!
- foi muito bom ontem... mesmo que isso tenha implicado 33horas sem dormir... foi bom ver a alegria e a excitação no vosso olhar... fez-me sentido tudo, até o de ter de passar a passagem de ano no lar, no nosso lar...
- apetece-me dizer o quanto gostei de ti, o quanto foste importante para mim! o quanto me magoaste por teres mudado tanta coisa, agora!, e não teres mudado o essencial... foi como se estes anos todos, anos que faziam qualquer gato perder a vida, não tivessem servido para nada... vazio, vazia... é tudo o que sinto... talvez um dia recupere já que o resto não se vai recuperar..
- nos três dias de maior paz e serenidade conheci-te... de repente todas as escolhas fizeram sentido... e pus-me a jeito, tão a jeito que me apaixonei... demorou algum tempo a afirma-lo com a clareza com que o fiz... apaixonei-me por um olhar que já não reconheço, por uma voz que esqueci e que, em tom de "mimo" me relembras-te... apaixonei-me pelas conversas, pelo som da música, da tua música, das nossas músicas... agora! e agora... Eles descrevem melhor que eu...
- dos muitos alguéns que foram aparecendo... os que marcaram...
tu serás sempre o secreto o segredo o ponto menos ético da minha vida... serás sempre um pendente, uma porta por fechar... mas também foste um caminho...
tu foste o sonho da princesa mulher, a paixão, a necessidade de acreditar que eu seria capaz de ser igual... amei-te desesperadamente... mas desesperadamente também te deixei... nos deixamos! foi melhor assim...
e tu... a história talvez ainda nem tenha começado...tu és talvez a cobaia... aquela em que eu testo todos os dias o quanto está "educado" o meu coração... cada vez mais preparada para o que poderá vir... o inicio ou o fim de nada...
- atrás do lidl é que é! e apareceste assim na minha vida... sem ti nada seria igual! obrigada por partilhares esse e estes dias comigo... hoje comi "duas por o preço de uma" mas, já só sabem bem quando partilhadas contigo, no meu ou no teu carro ao som da M80... meu arco-íris!... a partir de agora cara sardenta que me enche o olhar, quem te levar, leva uma pelo preço de duas! porque nunca te vou deixar, porque mesmo quando te magoarem eu estarei ali, ai, aqui...
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Se o corpo pede...
Sabido é que o nosso timing com os bares não é o melhor, ainda assim lá conseguimos dar o corpo ao manifesto ainda que por pouco tempo...
Deu para ficar com vontade de voltar, de dançar o que não dancei: até à exaustão.
O bem que sabe uma noite destas, uma noite das nossas, os debates sobre possíveis projecções, sobre as palavras desconcertantes, gargalhadas a encher o coração e a certeza que este 'amor seguro' (esse mesmo!) está, existe, vive em mim.
Em jeito de conclusão para quem me/te/nos percebe:
'Perca o medo de te falhar assuma prejuízo e dano
As minhas cicatrizes só mostram o superficial
E nisso podes crer que eu sou um amador profissional
Ou antes um amante, consoante a variante
Do pouco que eu sei eu sei que já perdi bastante'
Da Weasel - Um dia destes
frase da noite : ' Fofinha, não faças issó' =)
Zai.
princesa sempre!
a porta entreaberta, agora abriu-se... deixou só de ser de entrada... prepara-se para uma grande saída...
ufa! ainda bem!...
alguém me disse este fim de semana "nós merecemos melhor! agora têm de me tratar como uma princesa"... concordo e subscrevo...
ainda na pele de gata borralheira, limpo bem o quarto... e preparo-o...
quem sabe para receber um novo sapatinho de cristal...
quase princesa <... Pi ...>
domingo, 21 de dezembro de 2008
um pequeno apontamento...
já sei qual será o nome: "duas por um euro... é quereres!"
fofinha cheguei para ti...
bairro alto com elas e com mais uma excelente companhia e...
"estou aqui com o meu corpo a pedir ritmos africanos!" e eu respondo: é quereres!
e "fugimos muito" mas "dançamos pouco" ... Lx a partir das 2h morre para a vida... e mais uma vez em grande estilo já quase na hora de fechar, o som flui no corpo a pedir ritmos africanos...
à saída... qual príncipe encantado! a correr para me apanhar diz "fofinha cheguei para ti", de mão estendida enquanto ainda grunhia o nome....
encolhida lá desviei caminho... grunhiu mais qualquer coisa em tom de desespero acentuando bem a ultima silaba...
pah! mas que tipo era aquele? qual era a ideia... juro que pensei que ele de seguida me ia dizer que me amava, que queria casar e ter filhos...
não! não estou a escrever isto para dizer que ainda há gajos que se metem comigo... e que bom que é... "fofinha cheguei para ti"?????
e sim! aquele indivíduo não é representativo do real (só se aproxima)... mas, mais uma vez fiquei frustrada...
demasiadas projecções... sentimentos... das certezas do que se deve ou não fazer, sentir...
já não há sensibilidade ao "eu aqui com o meu corpo a sentir"... a querer fluir... o corpo... a alma... o "coração"...
tudo é preocupação! julgamentos do que se sente, do que se merece, do que pode haver mais... "e nós como ficamos?"... não ficamos...vamos ficando...
já ninguém usa o gerúndio!!!...
mas não desisto... devo ter alguma razão... mesmo que seja só num ponto...
e em jeito de conclusão... para os que me entendem...
"Tento ter a força para levar o que é meu
Sei que às vezes vai também um pouco de nós
Devo concordar que às vezes falta-nos a razão
Mas nego que há razões para nos sentirmos tão sós"
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
O dia
um dia digo mesmo.
Tentei escrever mais do que isto, mas de nada servia ou era pouco ou não me conseguia exprimir na dimensão necessária. Abandono aqui as palavras (ou foram elas que me deixaram muito antes deste texto) elas continuam a não chegar.
No tal dia, digo-te tudo ou então digo somente o quanto gostei de ti, deve chegar.
Zai, a fazer promessas.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
ofereceram-me um vibrador...
vejamos... numa troca de prendas de Natal, aleatória, calhou-me o número 13...
número do azar!?!? não sei! ainda não o experimentei...
calhou-me um vibrador... tipo kit de emergência... no meio de canecas e chocolates...
se acreditasse, até achava que era um sinal...
no entanto, prefiro, ainda!, achar que há esperança para mim...
<... Pi ...>
educar o coração... ou elogio ao amor II para ti zai
nunca escolhi uma profissão... quis sempre ser muita coisa!
até descobrir uma "vocação"... todos os dias há alguns anos tenho investido, especializado, aprendido a ser Educadora... ou seja, ironia (ou não!), tudo o que faço profissionalmente é educar um alguém a ser "alguém"...
não sou de falsa modéstia e por isso até considero que o faço bem! poderia dizer até, que o meu currículo, com excepção de um comportamento "menos ético" (ou não!) é um quase perfeito....
ironia? sim!
educo os outros, assumo-me (porque assim o tem de ser) como um modelo, estudo estratégias para "ajudar" os outros a ultrapassarem problemas, a adequarem-se à sociedade, a (sobre)viver!
e eu? educar o coração?!?!
"educar o coração" não é uma expressão minha... não chegaria lá! é tua!
foste tu também que me disseste um dia, quando fiquei "sozinha" (entre aspas, porque sei que nunca estarei sozinha!)
"o tempo transforma tudo em tempo" (ainda bem que partilhaste esse fantástico texto)
e que existiam noites, algumas noites, que doíam, que custam horrores mas que passam... tudo passa...
e mais uma vez tu...
tu que não me deixas "sozinha", mesmo quando não é fácil
mesmo quando parecer ser muito difícil...
mesmo quando precisamos de nos afastar para nos reencontrarmos "em grande estilo" como só tu sabes!
sempre percebi a ideia... agora começo a sentir a necessidade...
saber educar o coração é assumir as consequências de algumas opções... é saber o que se sente e dizê-lo... é correr o risco de magoar, a nós a eles... mas saber lidar com isso!
sim! é saber lidar com isso!
é dar tempo... trabalhar o tempo... escrever sobre o tempo... ter tempo!
sinto-me cada vez mais disponível para esse tempo...
eu, uma "Educadora" profissional com problemas de auto-educação! ironia? sim!
ás vezes digo-te... este nosso amor devia chegar! mas não chega! e ainda bem!
as noites doem... mas doem menos...
o tempo começa agora a transformar tudo em tempo... embora num tempo ainda recente...
o coração mais educado... e mesmo com "muitos quartos" só tem uma porta aberta, não de entrada mas com a esperança da saída...
já há tempo para não ter medo de ficar sozinha...
o tempo transformou... transformou-me...
há tempo... e esse tempo é o tempo de educar o coração!
obrigada!
<... Pi ...>
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Tic Tac
O tempo só por si aflige-me, sei lá!
Explicação da eternidade
'devagar, o tempo transforma tudo em tempo.
o ódio ransforma em tempo, o amor
transforma em tempo, a dor transforma-se,
em tempo.
os assuntos que julgamos mais profundos,
Mais impossíveis, mais permanentes e imutáveis,
transformam-se devagar em tempo.
por si só, o tempo não é nada.
a idade de nada é nada.
a eternidade não existe.
no entanto, a eternidade existe.
os instantes dos teus olhos parados sobre mim eram eternos.
os instantes do teu sorriso eram eternos.
os instantes do teu corpo de luz eram eternos.
fosse eterna até ao fim.'
José Luís Peixoto in ‘A Casa, a Escuridão’
O significado? Esse é o que lhe quiseres ou não quiseres dar. A grandiosidade destas palavras essas sim são indiscutíveis.
Zai.
O coração tem mais quartos do que uma casa de putas
"O coração tem mais quartos do que uma casa de putas"... diria até que tem demasiado espaço por ocupar...
... acho que agora percebo o sentido do "tenho um vazio cá dentro"...
.. se bem que eu sinto sempre mais aquele "friozinho cá dentro"... deve ser da corrente de ar... demasiadas janelas... demasiadas portas... abertas! e mesmo que as queira fechar há sempre aquelas brechas que deixam passar o ar...
inevitavelmente, por mais que não queira, entra sempre alguém nesses quartos... uns ficam para sempre, bem acomodados... e se é no coração que residem os sentimentos, a esses inquilinos eu (nós) chamo-lhes de "amor seguro"... mas o grande problema são aqueles que entram e saem... os verdadeiros "clientes" (usando a metáfora das putas!)...
nem sempre pagam... e deixam aquele vazio... e muitas vezes em muito mau estado tal não foi a loucura da sua passagem...
...qualquer coisa como:
"Desvio dos teus ombros o lençol que é feito de ternura amarrotada, da frescura que vem depois do Sol, quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade! há restos de ternura pelo meio, como vultos perdidos na cidade em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente, e é ternura também que vou vestindo, para enfrentar lá fora aquela gente que da nossa ternura anda sorrindo... Mas ninguém sonha a pressa com que nós a despimos assim que estamos sós!" (David Mourão Ferreira)
devíamos ter um isolante natural... um que não fizesse mal ao ambiente, que não criasse aquele ambiente... e isolada de portas e janelas colocaria uma tabuleta na porta principal, uma espécie de aviso daquele que deveria ser o meu estado actual...
..."educando o coração"...
<... Pi ...>
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Cair com estilo ou então não
E sobretudo que um cavalheiro venha em nosso socorro e nos ajude a levantar…
Espalhar magia (por muito pouca que seja) mesmo quando se cai é dose!
Zai, com joelho esfolado.
na descoberta do que existe...
Para partilhar aquilo que considero ser o final da história... de uma história...
"Num livro recente afirma-se que «não é invulgar que dez a quarenta por cento das crias das aves monogâmicas tenham como progenitor um macho exterior ao casal». A afirmação, tão esclarecida de um zoólogo, seria motivo para tomarmos a biologia como uma «fatalidade».Não acho que seja assim. Tenho dito que a infidelidade, ao contrário das tradições, ainda é o que era: nunca existiu. E que é saudável que «pequemos» por pensamentos e por omissões... pelo menos. Saudável, porquê? Porque a nossa capacidade para atentar na beleza desperta desejo, e esse movimento é, por muito que nos recomendem o contrário... «fatal». Isto é, biológico, felizmente. Por muito que reclamemos sermos donos dos nossos sentimentos, a beleza não pára de nos surpreender com apelos que nos chamam para a vida e nos desassossegam por dentro.Passar dos «pecados» por pensamentos e por omissõesaos actos, já depende das relações que cada pessoa sente que valem a pena. Isto é, seria razoável que distinguíssemos a infidelidade compulsiva das experiências de infidelidade (que, para muitas pessoas, poderão ser formas de pôr em dúvida as relações que têm, e de perceberem, com clarividência, a vida que elas lhes dão ou aquilo que lhes «roubam»).Como já reparou, pus sempre o pecado entre aspas. É uma forma de, com alguma serenidade, assumir que, também nas relações amorosas, somos só pessoas. Ao contrário de alguns governantes, todos nos enganamos e não são raras as vezes em que temos dúvidas. (Aliás, devíamos remeter para um «museu da tecnocracia» aquela tendência que faz com que as pessoas sejam implacáveis com as manifestações humanas.., dos outros, quando elas, sem esse fundamentalismo, parecem não se sentir capazes de conter as suas.)Já a infidelidade compulsiva é doentia. Não só por ser uma forma irreprimível de transformar os sentimentos doutras pessoas num produto descartável, mas porque ignora, com arrogância, as expectativas da pessoa que estará consigo e que, por vezes, corre o risco de se desqualificar e de se diminuir como se aceitasse, com benevolência, ser a terceira, ou a quarta escolha de alguém."
Eduardo Sá in Tudo o que o amor não é
domingo, 7 de dezembro de 2008
Já cheira a Natal... dizem! (mau feitio refinado)
a mim cheira-me ao mesmo de sempre... a Tejo, a carros, a perfumes e odores corporais... desinteresse, monotonia, rotinas, hipocrisia... a hipocrisia sim cheira a Natal! diria até que tresanda a Natal...um fedor que não se aguenta...
desculpem-me os apaixonados pelo Natal mas, se o Natal é quando o homem quiser, prefiro cheira-lo todos os dias, de colorir a prateado e dourado, vermelho (mais) e verde (menos) a minha vida, a vida dos outros... presentear com um sorriso aberto, com um objecto ou com um beijo e um abraço...
a hipocrisia vestiu-se de natal e eu, lamento, não tenho tempo para isso.
sem sentimentos…cem sentidos… um problema de consoante
usar os meus cem sentidos para a viver para a contemplar…
e é a partir daqui que parto para esse caminho… aprimorar, requintar, aperfeiçoar cada sentido cada sensação.
sem procurar o tal, “o tal e qual” que fará(?) sentido ao outro lado da vida, que sem o ser faz parte dela…
confiança (ou talvez esperança?) em encontrar a definição ideal.. a resposta mais correcta… a explicação com mais sentido… em encontrar o "c" em vez do "s"...
por enquanto fica esta…e sem eu saber bem porquê….
“O Amor é uma coisa muito boa
in sem (a)nexo by <…Pi…>
sábado, 6 de dezembro de 2008
Elogio ao amor... puro
(...) Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas.
Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental".
Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
por Miguel Esteves Cardoso
já é tarde!... será?
"Nada nos ajuda, é tarde, tentamos conversar e é tarde, fazemos amor e é tarde apesar de termos feito amor na esperança que não seja tarde e depois, em lugar do prazer, ou misturado com o prazer, ou mais forte que o prazer, uma espécie de amargura que persiste, se não dilui, persiste, o – E agora? sem resposta aumenta, um – E agora? imenso, que horror, um – E agora? que nos preenche inteiros, se nos pegassem ao colo, fugissem connosco, nos garantissem – Não é tarde ainda e pudéssemos acreditar que não é tarde ainda, tranquilizar-nos afirmando – Não é tarde ainda embora cientes que mentimos – Não é tarde ainda e tornar a mentira verdade, que outra coisa fizemos para além de tentarmos transformar as mentiras em verdades, não há ninguém mais crédulo que um desesperado... (António Lobo Antunes) "
passa a fase do desespero... e recomeça-se...
infame... uma passagem... um nível superior... eu e tu take II
sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
Take II
Há um tempo para tudo.
Se a vida é feita de recomeços, pelo menos a minha é (e felizmente!),
aqui está (e estou) a crescer do que já não foi.
Zai.