"O coração tem mais quartos do que uma casa de putas"... diria até que tem demasiado espaço por ocupar...
... acho que agora percebo o sentido do "tenho um vazio cá dentro"...
.. se bem que eu sinto sempre mais aquele "friozinho cá dentro"... deve ser da corrente de ar... demasiadas janelas... demasiadas portas... abertas! e mesmo que as queira fechar há sempre aquelas brechas que deixam passar o ar...
inevitavelmente, por mais que não queira, entra sempre alguém nesses quartos... uns ficam para sempre, bem acomodados... e se é no coração que residem os sentimentos, a esses inquilinos eu (nós) chamo-lhes de "amor seguro"... mas o grande problema são aqueles que entram e saem... os verdadeiros "clientes" (usando a metáfora das putas!)...
nem sempre pagam... e deixam aquele vazio... e muitas vezes em muito mau estado tal não foi a loucura da sua passagem...
...qualquer coisa como:
"Desvio dos teus ombros o lençol que é feito de ternura amarrotada, da frescura que vem depois do Sol, quando depois do Sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade! há restos de ternura pelo meio, como vultos perdidos na cidade em que uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente, e é ternura também que vou vestindo, para enfrentar lá fora aquela gente que da nossa ternura anda sorrindo... Mas ninguém sonha a pressa com que nós a despimos assim que estamos sós!" (David Mourão Ferreira)
devíamos ter um isolante natural... um que não fizesse mal ao ambiente, que não criasse aquele ambiente... e isolada de portas e janelas colocaria uma tabuleta na porta principal, uma espécie de aviso daquele que deveria ser o meu estado actual...
..."educando o coração"...
<... Pi ...>
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