terça-feira, 16 de março de 2010
Escrevo, sempre o fiz e vou continuar a fazer, mas esta partilha feita neste espaço e quase sempre comigo mesma, porque é possível e difícil partilhar comigo mesma, não continua. Formatei a minha vida e isso implicou livrar-me de tudo o que tenha a tua presença, seja esta mais ou menos visível. Há um tempo para tudo e eu que não acredito na eternidade das coisas, não me importo de dar um fim ou vários fins. Acredito antes que tudo muda, tudo evolui, tudo se transforma, não é preciso ser eterno para ter sentido. Basta fazer sentido no espaço e tempo reservado. Não creio no efeito devastador de um fim, mas na capacidade regeneradora de um começo.
Um tempo e um espaço que traça o quanto é. E às vezes basta ser quanto baste. Nem mais, nem menos. Quanto baste.
Tal como eu.
Zai, infame quanto baste.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Mas a vida sem ti custa mais do que fingir a tua presença, a tua presença fingida não foi inútil ao meu coração por mais absurdo que isto possa parecer foi útil fingir-te meu. Útil à nossa história, útil à minha existência, útil para finalizar o que começamos. Hoje consciente dos múltiplos significados que o teu silêncio pode ter estou disposta a descobrir o que significa esse barulho todo que fazes quando te calas vou perguntar-te vou procurar saber vou querer descobrir. Seja qual for a resposta seja qual for eu vou ouvir-te com a mesma atenção que escutei cada silêncio teu. E vou compreender e acalmar o meu coração que te teima em guardar.
E depois disso a nossa vida será o que fizermos dela como até ao dia de hoje foi o fizemos dela, com silêncios e diálogos com amor e paixão sem amor e sem paixão apaixonados desde o dia em que quando ainda nem sabíamos o que era gostar de alguém nos gostamos iludidos desde o dia que em que nos calamos cansados de esperar por alguma coisa que nem um nem outro saberia muito bem o que era.
Zai.
sábado, 16 de janeiro de 2010
sábado, 9 de janeiro de 2010
É. As amizades têm muito de tudo, têm vantagens que o amor, aquele amor que se tem só para um, aquele amor do ‘quero ficar contigo a vida inteira e ter filhos’, não tem. As amizades podem ser tantas quanto se quiser e com quem escolhermos, não é preciso na amizade abdicar de um amor em prol de outro, as amizades coexistem na mesma vida, desdobramo-nos em amizades tão singulares como cada um que teve o encanto de nos cativar. Este é o amor que permite a poligamia. Os amigos são mais do que um, são diferentes e tecemos relações diferentes, não nos exigem exclusividade e cada um dá o que nos tem para dar e serve porque o amigo não tem que ser tudo, basta ser. É um amor tolerante que não nos consume na exigência absurda que um ser tem que possuir todas as qualidades que o nosso egoísmo acha necessárias. A amizade é o amor poligâmico.
Mas o respeito e a lealdade são exigências básicas em qualquer relação e ser leal é segundo o dicionário não faltar às promessas que se faz, para mim ser leal é antes de tudo um compromisso connosco, antes da fidelidade ao outro há a fidelidade a mim, aquilo que acredito, que faço por acredito e que de maneira natural me comprometi, não há contratos nem regras previamente estabelecidas, mas todos sabemos o que queremos e podemos dar e o que o outro espera de nós nada mais é do que aquilo que nós lhe mostramos que podia esperar. Deslealdade é falhar connosco, ao que estamos dispostos a dar e já não damos. E os amigos não são descartáveis, não servem para ocupar tempos livres, para colmatar falhas ou para nos fingirmos menos vazios, amigos fazem parte de nós, trazemo-los para a nossa vida e eles ficam, ajudam, cuidam, riem. A amizade é um amor poligâmico não é o amor substituto.
Zai.
domingo, 20 de dezembro de 2009
Continuação
E no outro dia li:
“Com o mundo completamente parado, com a idade parada, não é difícil parar também e, rodeados de fragmentos: uma existência inteira feita de vidro estilhaçado e espalhado no chão: o mais natural é baixarmo-nos sobre os calcanhares, pousar os cotovelos sobre os joelhos dobrados e, com cuidado, esticar as mãos para, com a ponta dos dedos, se começar a escolher cada fragmento, distinguir o que se deve abandonar do que se deve manter. Desistir não é sempre mau. Há vezes em que não se pode evitar. Todos nos dizem continua, continua, mas é o mundo que desiste, inteiro, à nossa volta.” José Luís Peixoto
E fiquei a pensar que havia muita razão nestas palavras, eu por defeito tenho imensa dificuldade em assumir que se falhou, que falhei. Ninguém gosta de ver os seus projectos e sonhos deitados por terra, mas acontece mais vezes do que a minha esperança gostaria e continuar a insistir nem sempre é o que deve ser feito, aceitarmos e desistirmos nem sempre é uma derrota. Tomara eu ter desistido a tempo, não tive essa capacidade, é muito fácil criarmos ilusões e alimentá-las com qualquer sinal, até o silêncio alimenta ilusões descobri eu.Tomara eu ter desistido, não porque não acreditasse, mas simplesmente porque o mundo inteiro à minha volta tinha desistido e não é cobardia ou comodismo, é saber ver com olhos de quem quer ver. Enquanto vai amanhecendo e a minha vontade de sair à rua varia e me continuo a lembrar de ti, sei que desisti daquilo que não tinhas para me dar, desisti da ilusão que insisti em construir. Desisti de ti, mas não de mim.
sábado, 19 de dezembro de 2009
Sem razão nenhuma ou então por todas as razões que trago no lado esquerdo do peito. E depois? Fica tudo igual, sigo a minha manhã, encaro a rua e vou. E invariavelmente por todas as razões ou então só porque tem que ser lembro-me novamente de ti, quando o sol já vai alto, quando já não sol, quando a lua está cheia e quando mingua. Depois? Fica tudo igual e amanhece.
Zai
domingo, 6 de dezembro de 2009
No outro dia disseram-me: “Zangue-se!” e eu de olhos arregalados, espantada na minha irritante calma... Zanguei-me. Zanguei-me com as pessoas no autocarro, zanguei-me com a ausência das pessoas, zanguei-me com a incompetência dos médicos, zanguei-me com a inércia, zanguei-me quando me fizeram esperar, zanguei-me com a televisão, zanguei-me com o computador lento da agência, zanguei-me com quem me olha e com quem não me olha, zanguei-me com as manhãs e com as noites frias, zanguei-me quando não disseste nada e quando disseste. Fiquei zangada com os buracos da minha rua, com a calçada, com as pessoas na fila do supermercado, zanguei-me com o telemóvel, declarei guerra aos zangados, zanguei-me com os amargurados, zanguei-me com os azedos e com os excessivamente doces, zanguei-me com gente idiota, zanguei-me com gente inteligente. Zanguei-me com quem nunca me zanguei, com este, com aquele, com o de sempre. Estou zangada contigo e vou continuar, zanguei-me com as pessoas da minha vida e com as outras todas, zanguei-me com as horas livres, zanguei-me com o que tenho para fazer, zanguei-me com o sono e quando tenho que acordar de manhã. Zanguei-me contigo que não fizeste nada. Fico zangada e digo que estou zangada. Não me zanguei comigo e estava quase a acontecer.
Zai
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Já repararam na estupidez?
Não, não está uma mulher... porque é e deve ser uma criança. Pode estar mais crescida, pode parecer mais velha do que realmente é, mas uma mulher?
Uma criança deve ser criança enquanto quiser e puder ser. Poupem-me.
Não há pressa para crescer. Ela será uma mulher, a seu tempo...
odeio a educação estilo adubo.
Zai, que foi criança e não teve pressa de crescer.
sábado, 17 de outubro de 2009
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.
Insanity: doing the same thing over and over again and expecting different results.'
Albert Einstein
sábado, 10 de outubro de 2009
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Excerto
É um pouco saberes de ti para puderes saber dos outros.
Fiz-me entender?
Eu dou tudo de mim a quem amo, só sei amar com o coração todo, não amo mais ou menos, ou faço mais ou menos. Mas também sou assim comigo.
Um dia tive esta conversa com alguém e quando dei por mim reparei que não estava a fazer nada disto...
Zai.
quarta-feira, 27 de maio de 2009
'Inominável'
Samuel Beckett
Zai.