quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

quando penso que já ouvi tudo...

quando penso que já ouvi tudo, há sempre alguém que tem mais algo por dizer... e é mesmo "por", porque pelos vistos são poucas as pessoas que dizem tudo!

desta vez resumi-me à (ou há...porque ela também existe!) insignificância do meu ser e...não me interessa... não me incomoda... sou muito mais forte que as palavras... que essas palavras! doí...mais uma vez doeu... mas, passou rápido!

se "as oportunidades fazem parte da vida... mesmo aquelas que se perdem"... desta vez... não foi a minha que passou!

engraçado é esta frase passar a ter de repente tanto sentido!

o fim das coisas... das nossas coisas... custa mais aos outros do que a nós... desorienta-os!

desabafem! desabafem muito! desabafem bastante!

mas... não deixem coisas "por"... usem o "para"... desabafem!

tenho duvidas se já ouvi tudo... neste momento disto é que tenho duvidas...do resto já não!

Pi
(hoje no centro e sem reticencias!)

e só em jeito de conclusão... em grande conclusão... o melhor dos poetas!


"A força do hálito (1969)
A força do hálito é como o que tem que ser.
E o que tem que ser tem muita força.
Vai (ou vem) um sujeito, abre a boca e eis que a gente, que no fundo é sempre a mesma, desmonta a tenda e vai halitar-se para outro lado, que no fundo é sempre o mesmo.
Sovacos pompeando vinagres e bafios, não são nada --bah...-- em comparação
com certos hálitos que até parece que sobem do coração.
"Ai onde transpira agora
o bom sovaco de outrora!"
Virilhas colaborando com parentesis ou cedilhas
são autênticas (e sem hálito) maravirilhas.
Quando muito alguns pingos nos refegos, nas braguilhas, amoniacal bafor que suporta sem dor
aquele que está ao rés de tal teor.
Mas o mau hálito é pior que a palavra
sobretudo se não for da tua lavra.
Da malvada, da cárie ou, meu deus, do infinito,
o mau hálito é sempre, na narina,
como o baudelaireano, desesperado grito da "charogne"
que apodrecer não queria."
Alexandre O'Neill

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