segunda-feira, 18 de maio de 2009

Assim

Deste jeito inevitável de ser. O silêncio que me ensurdece, que prefiro, nem todos os dias tem o efeito amortecedor que era suposto ter. Há dias em que não me serve.

Quando me definiram melhor do que alguma vez eu me defini a mim mesma e me disseram: ‘és demasiado natural no ser mas detalhadamente cuidada no estar’. Ou quando leio um livro pela segunda vez e leio coisas que nunca li, folheio as mesmas páginas, reparo nos sublinhados e faço outros. Do mesmo modo que já te olhei tantas vezes e vejo sempre coisas que não vi.
De coração enferrujado, mãos frias e a impaciência de quem disfarçadamente te espera há, sensivelmente, uma vida. Sabendo que preciso de respostas e que não tem mal nenhum, que posso precisar de ti e isso já me faz mal. Sem respostas neste momento porque nunca é tarde para nos (re)descobrirmos, aprendo todos os dias e hoje mais do que nunca preciso e quero aprender, aprender como é a vida se não ficares. Se fores.

… Aqui onde o brilho também vive, onde eu continuo a ser eu, aqui onde se enfraquece e não se tem respostas, aqui num espaço e tempo que respiro, aqui nos dias em que olho o mundo pela frecha das lembranças, aqui no outro dia onde as gargalhadas ecoavam. Continuo aqui, dois passos à frente.

Zai.

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